Como o lixo é tratado na cidade de Salvador, o papel da Limpurb e suas terceirizadas e situação das cooperativas de catadores de resíduos sólidos urbanos – RSU.
Em Salvador, a coleta de lixo nos domicílios é terceirizada pela prefeitura que contrata quatro empresas: Revita, Torre, Jotagê e Viva. Estas empresas são monitoradas pela LIMPURB – Empresa de Limpeza Urbana do Salvador.
Com o objetivo de manter a capital baiana limpa, é realizada uma divisão da cidade em 18 setores denominados de núcleos de limpeza que englobam um determinado grupo de bairros e mais a Ilha de Maré. Contudo, para tornar o serviço das terceirizadas mais eficaz e deixar de fato a cidade limpa, é importante que cada cidadão tenha consciência não só dos seus direitos, mas também dos seus deveres; ou seja, cada morador deve saber descartar o seu lixo nos horários adequados, de preferência próximos à passagem do caminhão de coleta.
Diariamente, as equipes de coleta compostas por um motorista e quatro agentes de limpeza recebem uma rota a cumprir dentro de um caminhão equipado com um computador de bordo. Esse serviço é todo monitorado por uma central de comando que fica montada na garagem da empresa terceirizada. Todo o monitoramento é feito em tempo real e são coletadas informações quanto à velocidade do veículo, que não pode ultrapassar os 60 km/h, atingimento da capacidade de coleta, rota desenvolvida, tempo de coleta em cada ponto e se houve solicitação de S.O.S.. Quando o caminhão está cheio, a rota é suspensa e o veículo segue para a estação de transbordo em Canabrava, onde o lixo é pesado e descarregado.
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos especiais – ABRELPE, realizou em 2012 uma pesquisa para avaliar a relação da geração de resíduos sólidos por habitante, a taxa de crescimento populacional e o índice de consumo dos brasileiros. Os resultados nacionais obtidos podem servir de referência também para as regiões brasileiras e suas capitais urbanas. Neste estudo anual foi constatado que em 2012 o Brasil gerou 64 milhões de toneladas de resíduos sólidos, o que significa dizer que cada indivíduo produziu 383 quilos de lixo no período de um ano. Se comparada a produção de resíduos de 2011, houve um crescimento de 1,3% no lixo por habitante, que é um índice superior à taxa de crescimento populacional verificada no mesmo período que foi de apenas 0,9%.
As cooperativas de catadores de resíduos sólidos urbanos – RSU também tentam fazer a sua parte. Dos quase 64 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados, mais de 55 milhões foram coletados, contudo apenas 58% destes resíduos tiveram uma destinação adequada nos aterros sanitários. Apenas em 60% dos municípios brasileiros existe alguma iniciativa de coleta seletiva que se resumem a pontos de entrega voluntária ou convênios com cooperativas de catadores de material reciclável.
QUANTIDADES DE MUNICÍPIOS COM INICIATIVAS DE COLETA SELETIVA NA REGIÃO NORDESTE

Fonte : ABRELPE, 2012
DESTINAÇÃO FINAL DE RSU NO ESTADO DA BAHIA (T/DIA)

Fonte : ABRELPE, 2012
A conclusão que chegamos ao estudarmos estes resultados ao longo dos últimos anos é a de que o aumento da produção de lixo é maior do que a taxa de crescimento populacional. Essa constatação nos leva a dois fatos preocupantes: estamos consumindo mais e gerando mais resíduos sólidos; logo é preciso que a população, os gestores públicos e as empresas privadas fiquem atentos para que sejam desenvolvidas formas adequadas para se tratar esse lixo. É necessário que estejamos atentos aos 3Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar. E aqui destacamos a importância do papel das novas gerações e a valorizamos toda e qualquer ação de conscientização das crianças, pois são estes agentes que no futuro próximo serão responsáveis pela construção de um caminho com menos lixo, mais reciclagem e tratamento adequado para os resíduos.
by Carina Siervi